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Abastecimento de água

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APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM RESIDÊNCIAS NO ESTADO DO PARANÁTrabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos Orientador(a): Prof. Dr. ...LISTA DE FIGURASFigura 1 – Estados brasileiros com legislação específica sobre o direcionamento de águas pluviais.........................................................................................................7Figura 2 – Cisterna utilizada pelo povo Maia para captação da água da chuva.......8Figura 3 – Possibilidades de utilização da água da chuva.....................................9Figura 4 – Estimativa do consumo de água potável em residências no Brasil.........10Figura 5 – Medidas convencionais para conservação da água nos Estados Unidos....................................................................................................................11Figura 6 – Vantagens e desvantagens do sistema de utilização de água da chuva......................................................................................................................12RESUMOEste estudo buscará analisar se existe aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis em residências do estado do Paraná, e de que forma esse aproveitamento é utilizado, de modo a conhecer a realidade do estado e assim fomentar cada vez mais o aproveitamento desse recurso natural. Além disso, este estudo também buscará: a) verificar a legislação vigente sobre o aproveitamento de águas pluviais no Estado do Paraná; b) descrever os tipos de aproveitamento de águas pluviais fomentados no Estado; c) investigar o tratamento físico de águas pluviais fomentados pelo governo estadual; e d) avaliar os pontos de consumo não potáveis onde águas pluviais poderão ser utilizadas após tratamento, sem riscos à saúde de seus usuários. Para realização deste estudo, serão desenvolvidas diferentes etapas envolvendo um levantamento bibliográfico já realizado sobre o tema estudado, elaboração de um roteiro de entrevistas, análise documental, aquisição de dados em campo, assim como elaboração de mapas. Será realizada análise qualitativa e quantitativa do material coletado, onde todos os resultados serão apresentados de modo a contribuir com a fidedignidade do estudo. Nesse sentido, este estudo justifica-se por seus aspectos fundamentais, pois seus resultados podem gerar informações importantes sobre o aproveitamento de água da chuva no Estado supracitado, e assim possibilitar a criação de estratégias e ações promotoras, para que cada vez mais ações sustentáveis sejam pensadas e implementadas nas edificações e imóveis residenciais.Palavras-chave: Água da chuva. Aproveitamento. Sustentabilidade. SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12. OBJETIVOS.........................................................................................................32.1 Objetivo Geral.....................................................................................................32.2 Objetivos Específicos.........................................................................................33. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................43.1 Aproveitamento de águas pluviais......................................................................44. METODOLOGIA................................................................................................ 144.1 Instrumentos e Procedimentos........................................................................ 144.2 Análise dos dados.............................................................................................154.3 Aspectos éticos.................................................................................................155. RESULTADOS ESPERADOS........................................................................... 166. CRONOGRAMA.................................................................................................17REFERÊNCIAS..................................................................................................... 181. INTRODUÇÃO A água é um recurso natural indispensável para a existência dos seres vivos, pois é fundamental para a saúde, qualidade de vida e manutenção dos ecossistemas do planeta terra. No entanto, influenciado pelo crescimento populacional e pelo aumento comercial de utilização da água, especialmente na indústria e na agricultura, o consumo de água no mundo vem aumentando, o que reflete na quantidade e qualidade da água potável do mundo (CARLOS, 2019).Nesse contexto, torna-se fundamental que fontes alternativas de captação e utilização de água sejam utilizadas, pois é uma estratégia ecologicamente responsável pela preservação desse precioso recurso natural. Assim, destaca-se que nas últimas décadas, o aproveitamento e utilização de águas pluviais vem ganhando cada vez mais espaço, pois é um recurso de fácil acesso e que possibilita uma série de benefícios individuais e coletivos para a população (TASSI et al., 2016). O Brasil possui 12% da água doce de todo o planeta, de acordo com dados oficiais (ANA, 2017). No entanto, o país ainda não realiza e fomenta a distribuição adequada desse recurso natural, e ainda necessita aprimorar-se na demanda de aproveitamento dos recursos hídricos. Assim, de acordo com Carlos (2019, p. 13), a água da chuva pode ser utilizada para diversos fins, como em “descargas de bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios e usos industriais”. Do mesmo modo, os reservatórios de águas pluviais podem ser utilizados em momentos de crise hídrica, que assolam as diferentes regiões do país em diferentes períodos do ano. Nessa perspectiva, destaca-se que o aproveitamento de águas pluviais, que já é realidade no Brasil desde 1997, com a publicação da Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997), deve ser incentivada cada vez mais nas diferentes regiões do país. E para isso, o governo federal deve investir em projetos e programas que destaquem a importância do aproveitamento da água da chuva, assim como fomentem esse sistema para toda a população, especialmente para a população menos favorecida economicamente. Diante disso, este estudo buscará analisar se existe aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis em residências de alguma cidade do Paraná, e de que forma esse aproveitamento é utilizado, de modo a conhecer a realidade do município e assim fomentar cada vez mais o aproveitamento desse recurso natural. Além disso, este estudo também buscará: a) verificar a legislação vigente sobre o aproveitamento de águas pluviais no Estado do Paraná; b) descrever os tipos de aproveitamento de águas pluviais fomentados no Estado; c) investigar o tratamento físico de águas pluviais fomentados pelo governo estadual; e d) avaliar os pontos de consumo não potáveis onde águas pluviais poderão ser utilizadas após tratamento, sem riscos à saúde de seus usuários.2. OBJETIVOS2.1 Objetivo GeralAnalisar o aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis em residências localizadas no Estado do Paraná.2.2 Objetivos Específicos- Verificar a legislação vigente sobre o aproveitamento de águas pluviais no Estado do Paraná;- Descrever os tipos de aproveitamento de águas pluviais fomentados no Estado;- Investigar o tratamento físico de águas pluviais fomentados pelo governo estadual;- Avaliar os pontos de consumo não potáveis onde águas pluviais poderão ser utilizadas após tratamento, sem riscos à saúde de seus usuários.3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Aproveitamento de águas pluviais De acordo com os registros históricos, em 1934 foi instituído o Código das Águas no Brasil, por meio da Lei nº 24.643, que tornou a partir de então, as águas brasileiras como águas públicas, que podem servir para uso comum ou para dominicais. De acordo com o Capítulo V do documento, que destaca as águas pluviais: Art. 103. As águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente, podendo o mesmo dispor delas a vontade, salvo existindo direito em sentido contrário. Art. 104. Transpondo o limite do prédio em que caírem, abandonadas pelo proprietário do mesmo, as águas pluviais, no que lhes for aplicável, ficam sujeitas as regras ditadas para as águas comuns e para as águas públicas. [...] Art. 107. São de domínio público de uso comum as águas pluviais que caírem em lugares ou terrenos públicos de uso comum. Art. 108. A todos é lícito apanhar estas águas (BRASIL, 1934, s/p).Nesse contexto, destaca-se que o Brasil possui 12% da água doce de todo o planeta, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA, 2017). Apesar disso, o país não realiza uma distribuição adequada desse recurso, e precisa melhorar muito na questão do aproveitamento. Dessa forma, foi instituída a Lei nº 9.433 que estabelece a criação da Política Nacional de Recursos Hídricos, que visa a preservação e a conservação desses recursos em todo o país (BRASIL 1997).De acordo com a Lei nº 9.433, a Política Nacional de Recursos Hídricos tem como base os seguintes princípios:I - a água é um bem de domínio público;II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades (BRASIL, 1997, p. 01).Do mesmo modo, constituem-se como objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.IV - incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais (BRASIL, 1997, p. 01).A partir dela, foi criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que constituem uma rede de organizações que planejam e implementam os preceitos preconizados pela política. Assim, com relação ao aproveitamento de águas pluviais, no Brasil já existem algumas normas que se referem ao seu aproveitamento: • ABNT NBR 10844/1989 - Instalações prediais de águas pluviais – Esta norma fixa exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais, visando a garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. Esta norma se aplica a drenagem de águas pluviais em coberturas e demais áreas associadas ao edifício, tais como terraços, pátios, quintais e similares. Esta norma não se aplica a casos onde as vazões de projetos e as características da área exijam a utilização de bocas-de-lobo e galerias. • ABNT NBR 15527/2007 – Aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. – Esta norma fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Esta Norma se aplica a usos não potáveis em que as águas de chuva podem ser utilizadas após o tratamento adequado como por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais, de acordo com padrões de qualidade de águas para estes fins (CARLOS, 2019, P. 16).De acordo com Carlos (2019, p. 17), no país a Política Nacional de Saneamento Básico, instituída pela Lei nº 11.445 de 2007 também determina:[...] diretrizes para manejo das águas pluviais urbanas e visa incentivar o aproveitamento das águas pluviais. De acordo com está lei, entende-se que o manejo das águas pluviais urbanas corresponde ao conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, do transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, do tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas associadas às ações de planejamento e de gestão da ocupação do espaço territorial urbano.Apesar disso, a legislação brasileira ainda não prevê a regularização e a criação de diretrizes que abordem o aproveitamento de águas pluviais (COSTA; MACHADO; JAVOROUSKI, 2021). Até o presente momento, existe apenas um projeto de Lei publicado em 2014, que visa estabelecer uma Política Nacional de Captação, Armazenamento e Aproveitamento de Águas Pluviais, que tem como objetivos: I- Promover a conservação e o uso racional da água. II- Promover a qualidade ambiental. III- Promover o manejo adequado e crescente do volume das águas pluviais servidas. IV-Estimular o reuso direto planejado das águas pluviais servidas. V-Promover incentivos econômicos para a captação, armazenamento e aproveitamento das águas pluviais (BRASIL, 2014, p. 01).Nessa tessitura, apesar da legislação nacional não prever o aproveitamento de águas pluviais de forma normativa e sistematizada, no país existem municípios em diferentes regiões que possuem suas legislações específicas para o aproveitamento dessas águas (Figura 1) (TASSI et al., 2016). Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, existe o Decreto Municipal nº 18.611/2014, que estabelece que toda nova ocupação urbana deverá ser construída a partir dos preceitos de desenvolvimento urbano de baixo impacto, a partir da utilização de técnicas que preconizem a infiltração e a preservação dos recursos hídricos, especialmente os pluviais (RIO GRANDE DO SUL, 2014). Figura 1 – Estados brasileiros com legislação específica sobre o direcionamento de águas pluviais. Fonte: Carlos (2019).Dessa forma, considera-se que o cenário de aproveitamento no Brasil ainda é muito promissor, considerando que a necessidade de uso da água da chuva é um hábito histórico da civilização. De acordo com Tomaz (1998), o mais antigo registro histórico de utilização da água da chuva ficou conhecida como Pedra Maobita, localizada no Oriente Médio em meados de 850 a.C., onde o Rei Mescha dessa civilização ordenou que fosse feita uma cisterna em todas as moradias para o aproveitamento da água advinda da chuva.Ainda, segundo Tomaz (1998), a utilização de águas pluviais já é realizada há mais de dois mil anos, onde já se utilizava a água para a agricultura e para a criação de animais. O povo Maia por exemplo, em meados do século X, coletavam a água da chuva a partir de uma cisterna de 20 a 45 m3, denominadas de Chultuns, conforme ilustra a Figura 2.Figura 2 – Cisterna utilizada pelo povo Maia para captação da água da chuva. Fonte: Gnadlinger (2000).Com o passar do tempo, essas tecnologias foram se aprimorando, e a captação de água da chuva passou a ser uma técnica de utilização popular, muito utilizada em diferentes partes do mundo, principalmente em regiões áridas e semi-áridas (GALVÍNCIO; RIBEIRO, 2005) como o Nordeste brasileiro. Um feito histórico de utilização da água da chuva foi nos Jogos Olímpicos de Sidney, nos anos 2000, onde o Greenpeace planejou a utilização da água da chuva nos banheiros de todos os alojamentos dos atletas, assim como a alimentação de 1500 banheiros do Estádio Olímpico Austrália. No Brasil, no ano de 2003, foi implementado o Programa um Milhão de Cisternas (P1MC), que preconizava a construção de um milhão de estruturas até o ano de 2010, em onze estados brasileiros, na região semi-árida do país (GALVÍNCIO; RIBEIRO, 2005). No entanto, até o ano de 2010 o Brasil conseguiu construir 100 mil cisternas, com capacidade de armazenamento de 1,5 bilhões de litros de água da chuva. Dessa forma, considera-se como fundamental que esses números sejam cada vez maiores, frente a escassez de recursos hídricos no país e no mundo, o aproveitamento da água da chuva é essencial, pois pode ser utilizada para diferentes fins, no dia a dia das pessoas (COSTA; MACHADO; JAVOROUSKI, 2021). De acordo com Wada (2016), a utilização de água aumentou significativamente nos últimos anos. Do mesmo modo, segundo o Sistema de Informação Global sobre o uso da Água na Agricultura (AQUASTAT, 2018), esses números continuam crescendo cerca de 1% ao ano, especialmente em função do aumento da população mundial. Para Leadley, Marques e Krug (2014), como consequência do aumento da população, estima-se a expansão de terras cultiváveis para alimentação, aumentando a necessidade de utilização de energia, produtos químicos, água e perda da biodiversidade. No entanto, essas perdas podem ser amenizadas com a utilização de estratégias sustentáveis (LEADLEY, 2014). Nesse contexto, ressalta-se que a captação de água da chuva pode ser utilizada para diferentes fins, conforme destaca a Figura 3:Figura 3 – Possibilidades de utilização da água da chuva. Fonte: Carlos (2019).A partir disso, destaca-se que a utilização da água da chuva não representa apenas uma medida para a conservação da água, mas também cerca de 30% de economia no consumo para a população, gerando também economia de energia (RIBEIRO, 2015; COSTA; MACHADO; JAVOROUSKI, 2021). Para Ribeiro (2015), o aproveitamento de águas pluviais também possibilita a diminuição da erosão local, assim como as inundações em espaços urbanos, que na maioria das vezes possuem um escoamento superficial de água. De acordo com May (2009), no Brasil o maior consumo residencial de água potável se destina ao vaso sanitário, ao chuveiro e a pia da cozinha, conforme ilustrado na Figura 4:Figura 4 – Estimativa do consumo de água potável em residências no Brasil. Fonte: May (2009).Este dado se demonstra preocupante, pois representa água potável que é própria para o consumo, ser desperdiçada para fins domésticos, que poderiam ser supridos com o aproveitamento da água da chuva (MAY, 2009). Assim, medidas para a conservação de água precisam ser incentivadas, no sentido de melhorar o uso da água e reduzir perdas e desperdícios da mesma, pois na atualidade vive-se constantemente uma preocupação com a preservação dos recursos naturais do planeta, especialmente a água. De acordo com Fuentes-Galván, Medel e Hernández (2018), o aproveitamento de águas pluviais gera benefícios tanto na área urbana, quanto na área rural, pois está diretamente associado com a conscientização da população sobre os conceitos de educação ambiental e preservação da água e de recursos naturais. No Brasil, o aproveitamento de água da chuva é extremamente necessário, pois de acordo com Silva (2012), a média de desperdício de água em países desenvolvidos é cerca de 20%, e no Brasil o desperdício chega à marca de 35%. Nos Estados Unidos, por exemplo, na primeira década dos anos 2000, já existiam uma série de medidas adotadas pelo governo, para conservar a água de uso comercial, residencial e industrial, conforme destaca a Figura 5.Figura 5 – Medidas convencionais para conservação da água nos Estados Unidos. Fonte: Tomaz (2001).Diante disso, considera-se fundamental a adoção do aproveitamento de águas pluviais, que se monstra uma medida que traz benefícios econômicos, ambientais e sociais para toda a população (RIBEIRO, 2015). No entanto, para Ribeiro (2015), também existem algumas desvantagens para a utilização desse sistema, como o alto custo de investimento inicial, para obtenção e instalação dos equipamentos que captam a água da chuva. De acordo com Carlos (2019), existe uma série de vantagens e desvantagens da implementação desse recurso, conforme destaca a Figura 6. Figura 6 – Vantagens e desvantagens do sistema de utilização de água da chuva. Fonte: Carlos (2019).De acordo com Kobiyama, Checchia e Silva (2013), uma das grandes vantagens do aproveitamento de águas pluviais, além da diminuição da demanda de abastecimento de água, é a diminuição dos picos de volume de água nos leitos dos rios, diminuindo assim as enchentes provocadas nos ambientes urbanos. Para May (2009, p. 24):As questões referentes ao abastecimento de água e ao combate às enchentes influenciam muito dentro do tema “meio-ambiente”, englobando aspectos sociais, políticos e de segurança pública. Racionalização do consumo de água, diminuição das perdas físicas nas redes de abastecimento, combate às ligações clandestinas, reciclagem das águas servidas e campanhas de conscientização são medidas necessárias à conservação de água, porém, seus resultados são percebidos e alcançados no longo prazo. Dessa forma, considerando o alto custo de aderência ao sistema, destaca-se a importância do incentivo por parte do governo federal, em promover e implementar o sistema, principalmente para a população menos favorecida economicamente (CARLOS, 2019). Assim, além de possibilitar os benefícios já citados, o país que possui grande parte da água doce disponível no mundo, estará preservando esse valioso recurso natural, valorizando a sua correta utilização. 4. METODOLOGIA Para realização deste estudo, serão desenvolvidas diferentes etapas envolvendo um levantamento bibliográfico já realizado sobre o tema estudado, elaboração de um roteiro de entrevistas, análise documental, aquisição de dados em campo, assim como elaboração de mapas.4.1 Instrumentos e procedimentosPara realização da coleta dos dados, inicialmente será realizado o contato com o setor de habitação do governo estadual do Paraná, onde será apresentada a pesquisa, assim como os seus objetivos. Após obtenção da autorização para realização da pesquisa, será solicitado os dados estatísticos dos imóveis que realizam o aproveitamento de águas pluviais, assim como será realizada uma entrevista com o setor responsável.Dessa forma, a partir dos dados coletados, será elaborado um mapa do Estado destacando todas as regiões que fomentam o aproveitamento de água da chuva, onde será calculado, a partir do número total de residências, uma amostra representativa dessas localidades, de modo a aumentar a fidedignidade do estudo. Na sequência, o pesquisador entrará em contato com os moradores das residências selecionadas, no sentido de verificar como aproveitamento de águas pluviais nas residências é realizado na prática, e a opinião dos moradores sobre a utilização desse recurso. Para isso, será realizada uma entrevista semiestruturada com os moradores, no sentido de conhecer a realidade de suas residências e suas percepções sobre o tema aproveitamento de água da chuva. A entrevista poderá ser realizada de forma presencial, online ou através de contato via telefônico, conforme a disponibilidade dos moradores. Do mesmo modo, para aqueles moradores que autorizarem, também será realizada a visitação do imóvel, de modo a verificar o tipo de instalação utilizada para o aproveitamento de água da chuva. 4.2 Análise dos dadosSerá realizada análise qualitativa e quantitativa do material coletado. Para a análise qualitativa, será realizada a análise documental dos materiais coletados, assim como serão analisadas as entrevistas com os moradores, a partir da análise de conteúdo de Bardin (2011). Já os dados quantitativos, serão apresentados através de figuras, quadros e tabelas, dando ênfase à distribuição de frequências (%). Todos os resultados serão apresentados de modo a contribuir com a fidedignidade do estudo.4.3 Aspectos éticosTodos os preceitos éticos serão respeitados, de acordo com a Declaração de Helsinque (2008) e as Resoluções 510/16 e 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo garantido o anonimato dos sujeitos. Desta forma, todos os moradores que aceitarem participar da pesquisa assinarão um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual serão apresentados os objetivos, os riscos e os benefícios do estudo, bem como, serão garantidos o sigilo das informações e o anonimato dos sujeitos. A pesquisa não prevê o uso de medidas invasivas e todos os procedimentos foram tomados para que não houvesse risco aos participantes. 5. RESULTADOS ESPERADOS Todo imóvel com certificação especial de preservação de recursos naturais e gestão eficiente de resíduos, tem como principais benefícios “a diminuição dos custos operacionais, a valorização do imóvel, o aumento na velocidade de ocupação e aumento da satisfação e bem estar dos usuários” (MALTZAHN, 2020, p. 14). Dessa forma, na atualidade, ao se construir um novo imóvel, existe o incentivo para que se instale meios de possibilitar o aproveitamento dos recursos naturais e gestão de resíduos. Assim, com o forte incentivo do mercado para valorização dos imóveis residenciais, e o aumento do custo de vida devido a crise política, econômica e social do país, tem-se apostado cada vez mais em alternativas sustentáveis, de modo a trazer benefícios para a população. Nesse contexto, investigar essa realidade no Estado do Paraná, possibilitará conhecer a realidade de aproveitamento de águas pluviais, e verificar o incentivo por parte do governo estadual para estas iniciativas.Nesse sentido, este estudo justifica-se por seus aspectos fundamentais, pois seus resultados podem gerar informações importantes sobre o aproveitamento de água da chuva no estado supracitado, e assim possibilitar a criação de estratégias e ações promotoras, para que cada vez mais ações sustentáveis sejam pensadas e implementadas nas edificações e imóveis residenciais. 6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÂO2023Descrição da AtividadeJANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZDefinição do tema e objetivos do estudoXElaboração do referencial teóricoXFinalização do Projeto de PesquisaXEntrega do Projeto de PesquisaX2024Descrição da AtividadeJANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZColeta de dadosXXXXAnálise e interpretação dos dadosXXXXXDiscussão dos resultadosXXXXXRevisão final do TCCXDefesa do TCCXREFERÊNCIASAGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil). Quantidade de Águas. Brasília (DF). Disponível em: http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/panorama-das-aguas/quantidade-daagua. Acesso em: 09 agosto 2023.AQUASTAT. Sistema de Informação Global sobre o uso da Água na Agricultura. Water uses. FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Disponível em: http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/index.stm. Acesso em: 12 de agosto de 2023. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.BERTOLO, E. J. P. Aproveitamento da Água da Chuva em Edificações. 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